A paternidade dessa dança tem origem controvertida. Uma corrente afirma ser o Xaxado de raízes indígenas, por ser dançado em fila indiana ou em roda com batidas nos pés. Já outros, dizem tratar-se de uma variante, de uma onomatopeia do parraxaxá, o grito de guerra dos cangaceiros nos conflitos com a polícia, ou ainda, pelo barulho das sandálias arrastando na terra batida durante o “xarxar” do feijão.
O “xarxar” é um antigo método de separar os grãos do feijão das vagens, batendo nelas com os pés soltando os grãos que produzem o som xa-xa-xa. Controvérsias à parte, a verdade é que foram os cangaceiros do Sertão Pajeú, Pernambuco, que adotaram essa dança como sua, principalmente Lampião e seu bando, a partir dos anos 20. Eles, os cangaceiros deram vida e fama ao Xaxado.
No início, ainda sem a presença de mulheres, marcavam o ritmo batendo com o rifle no chão. O líder, à frente dava o mote e os demais respondiam em coro cantando. Geralmente enaltecendo os feitos ou ridicularizando os inimigos.
Com a chegada das mulheres nos anos 30, a dança ganhou vida. Elas entraram na brincadeira adotando novo formato. Vieram instrumentos como zabumba, triângulo, pífano e sanfona. Além de novos passos. Todos rápidos e sincronizados. Hoje, o Xaxado passou a ser folclore e até se aprende na escola. Serra Talhada, conhecida como Capital de Xaxado, possui vários grupos que foram copiados em outras cidades nordestinas.
Essa dança, foi o mais belo legado que os cangaceiros deixaram.
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