Quem pensa que as cangaceiras andavam maltrapilhas e feias pelas caatingas, enganou-se. Não só a beleza, como a juventude, a alegria predominavam. As roupas chamavam atenção por onde elas passavam e todas tinham dois tipos de vestidos: os de caminhar pelos matos, que eram de mescla azul claro ou de gabardine, tecidos resistentes. Para ocasiões especiais a seda predominava.
Tudo começou em 1932 quando Dadá, mulher de Corisco, bordou um bornal florido para ele. Lampião gostou e pediu um também. Os demais cangaceiros quiseram e, de repente o bando ficou bonito. Homens e mulheres ditaram moda que até é imitada.
A famosa estilista Zuzu Angel, em 1969, se inspirou no estilo cangaceiro para lançar as suas criações em Nova Iorque. Seis anos depois, foi criada em Alagoas a grife Maria Bonita. Sucesso até hoje. E tudo começou com os bordados de Dadá quando estava grávida no Raso da Catarina. Ela, sendo bordadeira e costureira, desenhar os vestidos das companheiras não foi difícil e ainda soube adaptar suas criações levando o cumprimento da saia até abaixo dos joelhos, meias e sandálias para enfrentar os espinhos das caatingas.
Na cintura, um revólver de calibre pequeno que servia para dar alarme. Nunca para atirar. As cangaceiras ostentavam muitas joias, medalhas e anéis em todos os dedos. Na cabeça, o chapéu de massa protegido por lenço de seda. Jamais os de couro igual aos dos homens com moedas, lírios e estrelas. Todos os detalhes bem pensados. Elegância e praticidade em primeiro lugar. As cangaceiras eram vaidosas e lindas.
Adorei esse resgate histórico e postei no meu blog com o devido crédito
Abçs Maria Aurea
Obrigada, Maria Aurea!
Sensacional, Gostei os tópicos do artigo! Parabéns 😀
Vou encaminhar para minha filha linda (que é blogueira de moda!) esse artigo. A nossa cultura é muito rica e, o Nordeste tem uma parte importante nisso tudo. A presença feminina em qqr parte da nossa história deve ser sempre resgatada e valorizada.
Mas pfv, não endeusem o Cangaço. Foi uma atividade criminosa e cruel sob muitos aspectos. Vamos valorizar o aspecto cultural e até mesmo as motivações deles (que sabemos que eram verdadeiras!), mas não se pode consertar um erro, com um outro pior ainda!
Faça isso,Francisco. Ela vai gostar. Abraço