Hoje, não chamaria tanta atenção, mas no século 18, sim. Uma mulher projetar-se como filósofa e ainda escritora, defensora dos direitos femininos? Pois a inglesa Mary Wollstonecraft, nascida em 1759, conseguiu. Foi a primeira mulher a cometer tal ousadia. Ela escreveu romances, tratados, e sua maior obra – Reivindicação dos Direitos da Mulher- polemizou. Afirmava sempre que as mulheres por natureza não são inferiores aos homens, “mas deixam transparecer por uma questão de educação…”. Foi precursora na defesa da igualdade de gêneros e isso há 224 anos!. A Revolução Francesa foi sua grande inspiração.
Suas ideias, unidas ao seu comportamento nada ortodoxo, totalmente fora dos padrões da época, provocaram comentários maldosos. Mãe solteira, defensora do amor livre, teve vários relacionamentos complicados e fracassados. Casou mais tarde, com o também filósofo William Godwin, considerado um dos “pais” do chamado Movimento Anarquista. Entretanto, as críticas a Mary foram amenizadas com a chegada do Movimento Feminista no início do século 20.
A ousada Mary não era bonita, mas chamava atenção por ser extremamente graciosa, definiu um amigo. Morreu aos 38 anos de idade de complicação de parto da segunda filha, em Londres. Deixou vários trabalhos inacabados e seu marido cuidou de suas memórias. A filha deles, também Mary, tornou-se escritora e escreveu Dr. Frankenstein. O primeiro livro sobre esse personagem.
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