A história se repete. A ideia vem desde 1991, quando houve um plebiscito em Serra Talhada para ouvir os moradores da cidade a respeito de uma estátua de Lampião que seria erguida em praça pública. A ideia foi de Tarcísio Rodrigues, então presidente da Casa de Cultura, por sua vez, inspirada no projeto do então vereador Expedito Eliodoro. Rodrigues comandou a votação no dia 7 de setembro, uma data emblemática quando 78% disseram sim, à estátua do filho famoso da cidade.
Mas o monumento de três metros de altura não foi erguido devido a uma corrente política contrária à homenagem e até ameaça houve de derrubar o trabalho do artesão Karoba a tiros. Mas a ideia não morreu, ficou latente, adormecida durante 27 anos para renascer neste 2018, 27 anos depois, E agora, lá está a estátua de Virgolino, imponente, no Pátio da Fundação Cultural Cabras de Lampião, medindo 1,85 e confeccionada pelo artesão Zaldo Mendes. A “novidade” vem chamando atenção e movimentando o comércio, o turismo na cidade, que, aliás, deve muito ao Cangaço.
Reação houve, mas pequena em comparação com a de 1991. Porque o mundo gira, os fatos acontecem, se repetem e mito não morre. Ressuscita.
Os diretores da Fundação Cabras de Lampião pretendem colocar no mesmo espaço, a estátua de Maria Bonita para completar o cenário. Afinal, o território é deles.
Por isso é que um cangaceiro
Será sempre anjo e capeta, bandido e herói
Deu-se notícia do fim do cangaço
E a notícia foi o estardalhaço que foi
Passaram-se os anos, eis que um plebiscito
Ressuscita o mito que não se destrói
Oi, Lampião sim, Lampião não, Lampião talvez
Lampião faz bem, Lampião dói
(Trecho da música Fim da História de Gilberto Gil)
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