Dia 21 de maio, ela completou 97 anos. Pouco se sabe sobre Dulce Menezes, uma bela moça nascida em Sergipe e que conseguiu escapar da morte do massacre em Angico em 1938, fugindo entre balas e nevoeiro. A exemplo das demais contribuiu para amenizar a violência do bando, sendo a fiel companheira do cangaceiro Criança, enfrentando perigo, fome, sede e demais sofrimentos nas caatingas em pé de igualdade com os homens. Ela ainda está viva e morando em São Paulo, Campinas. Com a idade avançada, as recordações também vivem. Dulce é uma relíquia, pois, é a única sobrevivente do Cangaço.
A história do Cangaço está a dever a verdadeira importância da mulher nesse movimento que durou anos seguidos em todo Nordeste sendo odiado e temido por uns e aplaudido por tantos. A contradição ainda existe.Se, o cangaceiro ainda é enquadrado como bandido (76 anos depois da morte de Lampião), a mulher dele, não passa de uma bandida, bandoleira e até criminosa.
Elas chegaram a somar 40, após 1936, já nos últimos anos. Mas poucas ficaram famosas. Existiram aquelas que, mesmo no anonimato, tiveram importância reconhecida pelos historiadores. É o caso de Dulce, a doce a segunda companheira de Criança. Assim era chamado João, que entrou no bando quase menino…
Reconstruir essas vidas, a exemplo de Dulce, é uma tarefa quase impossível diante da ausência de informações, como era o costume da época que nada registrou. Mesmo que se restaure o passado, a história não será a mesma. Esse tributo à mulher cangaceira ainda está por vir.
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