A imagem que se tem das cangaceiras no cinema vem mudando de acordo com a época. Os primeiros filmes, a exemplo de O cangaceiro (1953), que foi premiado e o seguinte, Lampião – o Rei do Cangaço (1954), são mais próximos da realidade. As mulheres são mostradas com respeito entre o bando, mas nunca submissas.
De uns tempos para cá, cineastas cismaram em narrar uma história diferente: cangaceiras agressivas, atirando, xingando os “macacos” e até mesmo Maria Bonita de faca em punho cortando orelhas, coisa que nunca aconteceu, por um motivo muito simples: as cangaceiras jamais participavam dos confrontos, pois a regra era mantê-las longe dos combates e ainda sob proteção de cangaceiros. A exceção foi Dadá, mulher de Corisco, após a morte de Lampião e mesmo assim, porque Corisco estava ferido e ela assumiu o ataque e se deu bem.
Algumas foram feridas sim, mas devido as emboscadas. Bem diferente do confronto. Pesquisadores do assunto não conseguem entender porque os filmes atuais mostram versões. Para “romancear” ou dar um tom de crueldade de selvageria nessas mulheres corajosas e além do tempo¿
No documentário Maria Bonita e Lampião (1993), as cenas se aproximam dos fatos. E nele, há depoimentos de ex-cangaceiras contando as verdades. Mesmo assim, a história desperta curiosidade. O tema fascina.
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