No Cangaço existiam regras, códigos. E ai de quem as violassem, fossem homens ou mulheres. Lampião aceitou com relutância a presença de Maria Bonita no bando e depois, vieram outras, especialmente as casadas que se uniram ao grupo enfrentando as mesmas dificuldades, os mesmos perigos na caatinga e fora dela lado a lado.
Maria Bonita, virou rainha ainda viva e mito após a morte. Mito, para os sociólogos, vem a ser o estudo das lendas, mas aquela Maria era de carne e osso, amada por Lampião, reinando com seu bando sem castelos, pelas poeiras do Sertão durante oito anos. Mulher corajosa, desafiadora, destemida, tudo isso e mais algum predicado que deixou sua marca na história cangaceira e este legado ninguém toma.
E as outras¿ Que aptidões tinham¿ E as obrigações¿ Dadá, mulher de Corisco, era a criativa costureira e bordadeira. As demais, pelo que se sabe, eram as doces companheiras, cuidando dos seus homens. A chegada delas causou uma desordem. Elas, que ao todo foram 40, representaram de fato, “uma ameaça à ordem simbólica do Cangaço, mais ainda, da ordem sertaneja “, no dizer do sociólogo Daniel Lins. Essas mulheres foram os veículos transformadores, pois conseguiram humanizar homens violentos. Por isso, merecem estudo especial. Mulher cangaceira, presente!
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