Maria Quitéria Medeiros nasceu na Bahia em 1792. Tinha 10 anos de idade quando sua mãe morreu, e assumiu o comando da casa, criando os irmãos. Nunca estudou. Suas habilidades foram para a caça e manejo das armas. Viveu o clima de revolta contra o domínio português e quis alistar-se para lutar nas trincheiras. O sonho era impossível devido a sua condição feminina. Teve a ideia de usar disfarce: cortou os cabelos, pediu emprestado o uniforme do cunhado, fugiu de casa e alistou-se com o nome de soldado Medeiros.
Conseguiu entrar no Regimento de Artilharia do Exército Libertador. Em pouco tempo era destaque no grupo e passou a ser “o preferido” do comandante da tropa, major Antonio de Castro. Enfrentou várias batalhas e chegou a comandar algumas, capturou inimigos. Entretanto, seu disfarce foi descoberto quando seu pai denunciou a filha fujona. Mas Quitéria permaneceu na luta diante da proteção do major e ainda recebeu a promoção de cadete. O comandante providenciou saiotes para seu “soldado” que comandou grupo de mulheres e venceu todas as batalhas.
Tida como heroína, a primeira mulher soldado brasileira, recebeu a condecoração de Cavaleiro da Ordem Imperial do Cruzeiro do Sul, das mãos do imperador. Voltou para Salvador na condição de alferes e casou com o antigo namorado. Teve uma filha, ficou viúva, cega, morreu aos 61 anos quase no anonimato em 1853. Em Ipanema, no Rio de Janeiro, existe uma rua – Maria Quitéria. É ela.
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