Uma vida arriscada e nômade do bando, andando dormindo no chão das caatingas, enfrentando todos perigos, obrigou os cangaceiros e criar os seus remédios vindos da natureza e com a sabedoria dos antigos. Para encarar os remédios era preciso ser muito macho.
O mal mais frequente era a gonorreia em consequência da vida promíscua. O jeito era encarar 12 limões com clara de ovos antes de o sol despertar; evitar carne de porco até ficar curado.
Dentes estragados ou arrancados com faca amolada ou alicate, a solução para cicatrizar era bochechos de raspa de juá. Ferimentos leves, nada melhor que emplastos de farinha com cachaça; ferimento de arma de fogo, uma faca quente extraia a bala e depois a pele era costurada com linha e agulha; pancada forte, se usava emplastro de mastruço, com carvão moído e mais esterco de animal. Ou, aguardente com pimenta. Para cicatrizações: chá de quixabeira com cachaça. Dor de cabeça, nada melhor que algodão queimado e mascar gengibre. Já faringite, gargarejos com sal. Picada de cobra. Um corte em cima da dentada para escorrer o veneno. Febre alta, um suador (chá quente) de semente de melancia.
Usava-se ainda Água de Genoílo, uma espécie de Água Rabelo. Quem usou essa farmacopeia, morreu de outros males. Muitos anos depois.
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