Lá vêm eles! O perfume ativo e misturado denunciava a proximidade deles e delas. Era o bando de Lampião que vinha chegando “amando e querendo bem, como o próprio Virgolino dizia ao entrar numa cidade. O grupo vinha em busca de comida, água, pouso, mantimentos, dinheiro etc. O caminhar pelas caatingas durante dias, horas seguidas sem banho de rio ou de cachoeira, no sol, na chuva, os cangaceiros “tomavam banho de perfumes” e se valiam dos que traziam nos bornais. Sila, uma das sobreviventes do massacre de Angico (quando parte do bando morreu), contava que ‘jogavam” vários perfumes e de preferência o Royal Briar, de cheiro forte e famoso nos anos 30.
O perfume usado daquele jeito era para abafar o odor empregnado no corpo cansado e sujo. Atitude igual tinham os nobres europeus civilizados do século 19 com a mesma finalidade. Só que com perfumes caros…
O Royal Briar adotava o slogan “o perfume que deixa saudades”… Esse costume ficou famoso e todos os historiadores destacam. E até rendeu o filme “Baile Perfumado”, de Lírio Ferreira e Paulo Caldas (1966) que faz sucesso até hoje. Sim, os cangaceiros e cangaceiras se perfumavam para dançar. Aliás, perfumes e joias, eram características do bando. E quem sentiu o cheiro d´elas não esqueceu…
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