Quando Lampião e alguns companheiros atravessaram o rio São Francisco, não imaginou quanto sua vida iria mudar. Uma verdadeira transformação. Isso aconteceu por conta das mulheres que passaram a integrar o bando em 1930, depois da chegada de Maria Bonita, a primeira dama do Cangaço, alterando os costumes. Um deles, foi o visual.
Quem pensa que os cangaceiros andavam esmolambados, com roupas rasgadas, errou. A presença feminina mudou os costumes. Era o início do período marideano, os últimos oito anos do Cangaço. A expressão, vem de Maria Déa, a Maria Bonita como era chamada. O grupo passou adotar mescla na cor azul –cinza. As mulheres levavam dois vestidos, um para o dia a dia, chamados roupas de batalha e outra de festa, em seda. Dadá, a figurinista, inovou o guarda roupa das companheiras, introduzindo galões coloridos; cumprimento das saias até os joelhos, meias e luvas para evitar furos de espinhos nas caatingas. Lenços de seda no pescoço, onde guardavam mais jóias.Tudo bem pensado e com imaginação. Os bornais, para homens e mulheres chamam atenção até hoje por conta dos bordados. As sandálias de couro e resistentes, perfeitas para enfrentar caminhadas e corridas.
Por cima das roupas, muito ouro. Trancelins, correntes, medalhas, santinhos e nos dedos anéis de todo tipo. Chapéus de massa diferente dos cangaceiros que ostentavam estrelas, flores, medalhas e moedas. Muita criatividade para um ambiente tão rústico.
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