A presença das mulheres no Cangaço despertou atenção desde a presença de Maria Bonita no Bando. Naquela época, anos 30, a dificuldade de conseguir informações era difícil e a imaginação predominava. O jeito era utilizar o Cordel, que fazia papel da imprensa nas pequenas cidades em dias de feira livre. A primeira foto da mulher de Lampião, só veio a ser publicada nos jornais em 1936 quando Benjamin Abraão conseguiu ter acesso ao Bando por intermédio do padre Cicero.
E essa curiosidade em torno das mulheres cangaceiras permanece. Em 2017, o Senado Federal promoveu o Feminino Cangaço que veio a ser uma roda de conversa aberta ao público, sob criação e orientação do historiador Manoel Neto, diretor do Centro de Estudo Euclydes da Cunha de Salvador, Bahia.
O foco não poderia ser outro: a presença das mulheres no Cangaço centralizando Maria Bonita. Ela, abriu caminho para as outras que chegaram a ser 40, todas tinham seus companheiros. E qual a participação delas? Reduziram a violência dos cangaceiros, introduziram higiene entre os homens que passaram a tomar banho com mais assiduidade; cuidados com a aparência e levaram alegria para o grupo. Ou seja, humanizaram.
A literatura cangaceira, segundo Manoel Neto, traz um resultado perigoso, as pessoas leem apenas um livro, e ficam achando que já dominam o assunto. Grave erro. Para conhecer esse movimento social do século passado, requer muita leitura (séria), pesquisas etc, para falar sobre esse movimento. Maria Bonita e Lampião. Cangaço é assunto sério.
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