Bessie Coleman nasceu em 1892, no Texas, Estados Unidos e a exemplo dos seus pais, George e Susan, foi colhedora de algodão como faziam seus ancestrais e escravos negros, mesmo estando em liberdade desde 1865. Bessie seria mais uma lavradora. Seu destino estava traçado, se não fosse ela, uma jovem que sonhava alto. Susan, sua mãe investiu tanto na sua educação que ela foi estudar na Universidade de Langston, a única a aceitar afro-americanos.
Entretanto, Bessie sentiu-se obrigada a interromper os estudos devido às condições financeiras. Plano alterado, e ainda vivendo em ambiente de segregação racial, partiu para o norte, ou seja, Chicago onde morava um irmão. Aos 23 anos de idade chegou naquela cidade desconhecida e sem destino certo. Ano de 1915, a Primeira Guerra era o principal assunto e Bessie ouvindo as histórias dos pilotos de guerra começou a se interessar pela aviação, lendo tudo que encontrava sobre aviões, pilotos, no salão onde conseguiu emprego de manicure. Ficou sabendo que na Europa, as mulheres pilotavam. Ficou fascinada. Queria ser piloto também.
Nesse instante, houve em Chicago um distúrbio racial com mortes. A sonhadora Bessie entendeu que estava na hora de cruzar o Atlântico. Não sabia como, mas meteu isso na cabeça. Contou seu sonho para dois cientes importantes e ricos: Robert Abbott e Jesse Binga, respectivamente, dono de jornal e banqueiro. Eles se propuseram a ajudá-la.
Com apoio deles, a texana estudou francês e no ano seguinte, viajou com destino a cidade francesa de Le Crotoy, onde existia uma escola de pilotagem. Era cara, mas confiante nos padrinhos, Bessie seguiu seu projeto e, sete meses depois, conseguiu seu brevê. Era a única mulher na turma. Foi a primeira pessoa de origem afro-americana a ter licença de piloto. E não parou por aqui. Sonhou mais alto: acrobacia aérea era sua nova etapa e seguiu para Paris realizar mais um sonho. Ficou famosa, e os Estados Unidos lhe ofereceram financiamento de um avião para ela realizar shows aéreos. O primeiro deles aconteceu em 1922 em Nova Iorque. Foram tantos, que a corajosa piloto conseguiu comprar o seu próprio avião, um Curtiss JN-4.
Foi nele, que Bessie sofreu um acidente escapando milagrosamente. Só meses depois, o novo padrinho, Edwin Beeman, comprou outro avião para ela.
No novo aparelho, Bessie se preparava para mais um espetáculo aéreo na Flórida. Era abril de 1926. Decolou inexplicavelmente, sem cinto de segurança e o avião perdeu potência 10 minutos após decolar e Bessie sem conseguir controlar o aparelho foi arremessada pelos ares. Com uma morte prematura, aos 34 anos, Bessie não conseguiu realizar seu último sonho: criar uma escola para pilotos nos EUA. Ganhou além da admiração do seu país, o apelido de rainha Bess. Deixou seu nome gravado na história da aviação.
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