”Se eu fosse nascer hoje escolhia Maria Bonita e Lampião como meus pais “. Assim falou expedita, a filha única do casal mito, que completou 92 anos em setembro. Lúcida, viúva, morando em Aracaju, perto dos filhos e das netas, frequenta aulas de pintura, gosta de shoppings, passeios, ler romances e viajar. Assim, vive Dona Expedita, de fala mansa e conta com uma rede de amizades fiéis.
No Carnaval de 2003, ela desfilou em duas escolas de samba, no Rio e São Paulo vencendo nas duas. “ Não vim para perder”, arremata. Vestida de cangaceira estilizada, acompanhada de filhas e netas, deu entrevistas, bem-humorada, em nenhum momento demonstrou cansaço. Pelo contrário. Estava feliz nos carros alegóricos.
Expedita nasceu em Porto da Folha, Sertão de Sergipe, em 1932, mas com poucos dias de nascida foi entregue a João Ferreira, parente do pai, pois não podia ficar com a mãe, nem com o Bando. Assim, ditava a regra do Cangaço. Ficou com um tio. Com a morte de Lampião pais, a menina Expedita foi para a casa de outro tio, o João, em Aracaju. Aos 18 anos casou com Manoel Messias. Teve quatro filhos.
Vez por outra, aparece alguém dizendo ser filho de Lampião. Testes de DNA são feitos e nenhum deles deu positivo. Expedita é tida como a “expressão viva do Cangaço”. Além dos testes, não é raro acionar a justiça com processos que maculam a imagem dos seus pais. Um deles, veio de uma rede de motéis em Pernambuco ‘‘ Maria Bonita, acende o Lampião”.
0 Comments