Assim era chamada essa mulher considerada pioneira na matemática no que se refere a geometria, álgebra e astronomia. Aprimorou o astrolábio (instrumento que mostra as posições das estrelas no firmamento), estudou em Atenas entre alunos homens e, por isso, vestia-se com uma túnica branca, igual aos sacerdotes. Filha de Theón, um respeitado filósofo, diretor do Museu de Alexandria e dele, recebeu todo incentivo.
Hipátia, que significa maior em grego, desafiou as regras do seu tempo 355 e 415 d.C. com suas posições polêmicas. Avançada nas pesquisas filosóficas neoplatônicas, provocava debates acirrados como o movimento dos planetas e sobretudo, afirmando que “ a Terra gira em círculos em torno do Sol e este se aproxima e se afasta da Terra, gerando as quatro estações do ano”. Básico, para hoje, mas nos anos 400 d.C., não. Era quase uma heresia. A maior façanha de Hipátia, foi tornar a geometria compreensível. Desenvolveu o hidrómetro utilizado na navegação.
Muito além do seu tempo, ela dirigia a sua carruagem, um assombro, pois tal tarefa era exclusiva dos homens. Hipátia teve ainda forte influência na política com seus ensinamentos e costumava dizer que “era melhor pensar errado, do que não pensar”. Excelente na dialética, suas invenções e maneira de pensar, irritavam Cirilo, um patriarca católico fervoroso que conseguiu enfurecer uma multidão contra Hipátia. Além de herege, era bruxa. Assim, essa multidão movida a intolerância religiosa a derrubou da carruagem, arrancou-lhe a pele com conchas e a queimaram numa fogueira, que era o destino das bruxas. Ela tinha 66 anos, deixou vários livros e tratados sobre álgebra e matemática e que, mais tarde, foram destruídos.
Seus ensinamentos passaram a ser adotados por Newton e Descartes. E sua vida foi transformada no filme “ Ágora”. Bonita, nunca se casou e nem teve filhos. Pagou com a vida por ser culta e bela num tempo errado.
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