Pouco se sabe sobre Dulce, uma bela moça nascida em Sergipe e que conseguiu escapar da morte em Angico. A exemplo das demais contribuiu para amenizar a violência do bando, sendo a fiel companheira, enfrentando perigo, fome, sede e demais sofrimentos nas caatingas em pé de igualdade com os homens. Ela ainda está viva e provavelmente morando em São Paulo. Com a idade avançada, as recordações devem ser mínimas. Dulce, já foi personagem aqui, mas retorna devido a informação de que ela está viva. A única viva, assim como a história do Cangaço.
Dulce é exemplo de que o Cangaço lateja, para inquietação de alguns e que pede um maior estudo e não suposições. História se faz com fatos, documentos.
A história do Cangaço está a dever a verdadeira importância da mulher nesse movimento que durou anos seguidos em todo Nordeste sendo odiado e temido por uns e aplaudido por tantos. A contradição ainda há.
Se, o cangaceiro ainda é enquadrado como bandido (76 anos depois da morte de Lampião), a mulher dele, não passa de uma bandida, bandoleira e até criminosa.
Elas chegaram a somar 40, após 1936, já nos últimos anos. Mas poucas ficaram famosas. Existiram aquelas que, mesmo no anonimato, tiveram importância reconhecida pelos historiadores. É o caso de Dulce, a doce a segunda companheira de Criança. Assim era chamado João, que entrou no bando quase menino…
Reconstruir essas vidas, a exemplo de Dulce, é uma tarefa quase impossível diante da ausência de informações, como era o costume da época que nada registrou. Mesmo que se restaure o passado, a história não será a mesma. Esse tributo à mulher cangaceira ainda está por vir.
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